A aproximadamente 3 semanas eu recebi a oportunidade, incrível, de entrevistar o autor de Código Élfico ,Tormenta, O caçador de Apóstulos e Deus Máquina , Leonel Caldela.
Fiquei muito feliz, ele foi super simpático, enviei as perguntas e com menos de um dia ele respondeu.
Vamos conferir hoje a entrevista que o Heii! Me fez com ele. Aproveitem.
Leonel Caldela é autor da Trilogia da Tormenta, série de romances no maior cenário de RPG nacional, composta por O Inimigo do Mundo, O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus. Também escreveu O Caçador de Apóstolos e Deus Máquina, romances de fantasia medieval em universo próprio. Escreve, edita e traduz livros de RPG pela editora Jambô e é um dos autores do selo Fantasy – Casa da Palavra. Mora em Porto Alegre.
1- Com quantos anos você adquiriu o prazer pela leitura e pela escritas?
Difícil dizer quando comecei a gostar de ler, porque sempre tive contato com livros e histórias em quadrinhos, desde a infância. Pelo menos desde os meus cinco ou seis anos, ler é um prazer... E, quando se cresce assim, a vontade de escrever é natural. Lembro de dizer que gostaria de ser escritor com uns dez anos. Ou seja, é uma vida inteira com esta paixão!
2- Você trabalhou no mundo de RPG's por um bom tempo, até você lançar seu primeiro livro. Quando você notou que você queria ser escritor de fantasia?
Na verdade, continuei trabalhando com RPG mesmo depois de publicar meu primeiro romance. Continuo até hoje lançando livros no cenário de Tormenta. A fantasia surgiu como preferência através do RPG. Eu escrevia de tudo, mas o início da escrita em fantasia veio quando apresentei meu trabalho para os criadores de Tormenta. Eu estava disposto a escrever em diversos gêneros, e a fantasia foi uma oportunidade que se abriu, com o convite para escrever romances de Tormenta. Então o amor pelo gênero combinou-se com a chance profissional.
3- Qual a maior diferença entre criar o mundo do RPG e a história de um livro, que você notou?
RPG é sobre possibilidades abertas. O papel de um autor de RPG é apresentar histórias que os jogadores podem contar. Ou seja, é sugerir começos e meios, dar ideias, mas não necessariamente criar finais. É deixar portas abertas, oportunidades para que os personagens de cada um possam explorá-las. Já escrever a história de um romance exige que a narrativa seja completa, necessita de início, meio e fim. Queremos instigar a imaginação dos leitores, é claro, mas precisamos dar respostas. Cada tipo de escrita tem seus desafios e seus prazeres, e eu não pretendo abrir mão de nenhum dos dois!
4- Todo mundo tem uma inspiração de algum escritos conhecida que te influência em sua obra. Quem te inspirou e inspira na hora de escrever?
Em termos de narrativa, Rubem Fonseca - ele tem um domínio da linguagem que acho quase insuperável. Para as batalhas, Bernard Cornwell ( As crônicas de Artur) . Outra grande influência em combates (e também em personagens cativantes e na impiedade com eles) é George R.R. Martin ( Crônicas de Gelo e fogo). Clive Barker ( Hellriser ) me influenciou muito na parte do terror e da fantasia urbana.
5-Como você busca inspiração na hora de criar um personagem ou um universo. Você se inspira em pessoas reais ou simplesmente vem da criatividade?
As pessoas e situações ao meu redor estão sempre presentes nas minhas obras. É muito comum eu ouvir uma frase de um amigo e anotá-la, logo pedindo para usá-la em um livro futuro! A observação de estranhos na rua também é fundamental... Além disso, as situações do cotidiano acabam se transformando em tramas e mesmo elementos de mundos fantásticos. Basta extrapolar os sentimentos e tornar as circunstâncias mais extremas: uma briga pode virar uma batalha épica, um mal-entendido pode virar uma cena cômica...
6- Você está lançando agora o livro "O Código Élfico", que está sendo muito bem recebido pelo público. O que você pode nos falar a mais sobre a história. ?
O Código Élfico é uma fantasia urbana, passada no nosso mundo real - mas com um viés fantástico e sinistro. Existe uma dimensão paralela, Arcádia, onde vivem os elfos. Logo descobrimos que os elfos não são benignos e inocentes, mas uma raça escravista e cruel que exige ser cultuada como deuses... E que possui sua própria deusa, a Rainha. Para invadir nosso mundo e nos escravizar, os elfos precisam abrir um portal, quebrar a barreira entre as dimensões. Seu principal instrumento é Astarte, o filho de dois mundos, um elfo criado em um laboratório na Terra. Mas Astarte se rebela contra sua própria raça e une-se a Nicole, uma garota humana envolvida com cultistas insanos e misticismo, para impedir a invasão.
7-Nicole e Astarte são os personagens principais de seu novo livro. Quanto de você coloca em um personagem quando o cria? Você se inspira em suas experiências?
Costumo dizer que todos os meus personagens têm algo de autobiográfico... Mesmo que sejam características meramente imaginadas, não reais. Principalmente no caso de protagonistas, acho difícil não incluir bastante de mim mesmo, pois é preciso entrar a fundo em suas mentes, explorar seus medos e objetivos, etc. Isso inclui minhas experiências e vivências. O segredo, para mim, é nunca ser óbvio ou direto. Nunca usar o livro para "reviver" uma experiência real ou "consertar" algo que deu errado no passado... Sempre me limito aos sentimentos gerados, às situações gerais em outro contexto. Especialmente em O Código Élfico, descobri que, mesmo que esteja escrevendo sobre algo distante de mim mesmo, isso pode chegar a mim logo depois... Talvez porque fosse algo que eu já estivesse buscando!
8-Você planeja uma continuação para O Código Élfico?
Uma continuação direta não está nos planos agora - embora seja possível. O que planejo é outra história (bem longa) no mesmo universo. Ou seja, podemos reencontrar as outras dimensões da "realidade", os deuses profanos, as raças sagradas - e talvez até a cidade de Santo Ossário...
9- No Brasil, apesar do aumento de autores brasileiros, ainda é muito difícil conseguir assinar com uma editora grande. Para você esse processo foi muito demorado, quando você lançou seu primeiro livro?
O processo de assinar com uma editora grande foi razoavelmente demorado, sim - cerca de 6 anos entre a publicação do meu primeiro romance, O Inimigo do Mundo, e de O Código Élfico. Isso porque, hoje em dia, um escritor precisa de "algo" que o diferencie, que gere um destaque. Para mim, isso foi a produção em RPG e em romances de fantasia por uma editora menor, a Jambô. Minha obra chamou a atenção de Raphael Draccon muito antes de ele ser coordenador da Fantasy. Isso levou a uma amizade, à confiança dele no meu trabalho e à parceria profissional que temos hoje. É sempre um caminho longo, mesmo quando um escritor parece ter "surgido do nada" - se ele surgiu "do nada", é porque estava batalhando nos bastidores há muito tempo...
10- Dê uma dica para os jovens escritores nacionais que querem ter seus livros publicados e fazer tanto sucesso quanto os seus;
Em primeiro lugar, estudem. Para ser escritor, não bastam boas ideias ou histórias interessantes. É preciso dominar a linguagem, saber usar as palavras, entender por que o texto é emocionante ou chato, ágil ou arrastado - independente da trama. Já leram um diálogo aparentemente banal ou um acontecimento "sem graça" num livro que na verdade é divertido e interessante? Com certeza é porque o autor soube usar a linguagem. Além disso, leiam. Leiam muito, em todos os gêneros. Saiam de suas "zonas de conforto", busquem as influências de seus autores preferidos. E estejam preparados para suar bastante!
Código élfico já está a venda.
E aí gostaram?
Assim que eu terminar de ler código Élfico, conto como foi a leitura para vocês.
BEIJOS! AMY XO
Show!! Terminei de ler o código élfico ontém e gostei pakas.!! Realmente é um ótimo livro!!
ResponderExcluirObrigada Jessy. É realmente um livro muito bom e o autor é super legal.
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