Olá gente!
Viemos aqui hoje discutir um assunto sério, ler! Gostaria de deixar claro que
NÃO detesto YA, vampiro, eróticos, fantasia e também não leio só clássicos, na verdade estou lendo um YA neste momento. :D
Quando pequena eu lembro do frisson que o lançamento de Harry Potter causou e muito tempo depois crepúsculo. Mas também lembro que os adolescentes em geral não gostavam de ler, nada. Na minha escola havia todo semestre um projeto de " incentivo á cultura" onde todas as turmas faziam apresentações de teatro, leitura e criação de poemas, ou curtas, ou assistia ou lia a clássicos e discutia sobre eles, e eu me lembro muito bem do sufoco que era para organizar as turmas de ensino médio porque eles diziam que era chato e desnecessário, até mesmo nas minha turma de 6º e 7º série, era muito difícil, para ajudar a incentivar os alunos, ao invés de prova de literatura nós fazíamos um bate-papo sobre o livro escolhido do mês.
Porém tenho observado algumas mudanças muito grandes. Eu sempre vivi enfiada em uma biblioteca que tinha na minha cidade, e só via gente de mais idade, ou estudantes ( época de internet discada, assim que se fazia trabalho), hoje , a cidade que vivo não tem bibliotecas ( que eu conheço pelo menos, não), mas tem uma livraria e vez ou outra passo lá para ver os lançamentos. Só que agora as livrarias e bibliotecas estão cheias de meninas, principalmente, e meninos de colégio, com seus 13 á 15 anos, escolhendo livros e mais livros e resenhando na internet e falando com suas amigas. E o que vejo são essas meninas correndo para prateleiras com livros de Thalita Rebouças, coleções de crepúsculo, Sparks e até mesmo,
principalmente, os cinquenta tons de cinza da vida á fora. Hoje venho aqui questionar, exatamente sobre isso.
De uns tempos para cá as séries que arrastam legiões de fãs, tipo Harry Potter, Percy Jackson, têm sido cada vez mais frequentes, e lança-se um livro desses por dia, tudo isso vem sucateando a nossa literatura.
Os autores ( sem generalizar) não buscam uma história diferente e envolvente, com valores e sentimentos significativos para eles, mas sim, o caminho para o Eldorado, encontrando este caminho, livros com histórias parecidíssimas são lançados a torto e á direito, não sei vocês, mas quando chego a livraria procurando um novo sopro de vitalidade, me sinto perdida em meio á amores não correspondidos, empresários sadomasoquistas, sobrenatural que não dá medo e magias sem sentido, e acabo indo novamente para as araras de livros clássicos que ficam bem escondidinhas lá no fundo, em duas pequenas araras de editoras de bolso, por que eles, se comparados aos outros, não vendem .
Não estou criticando Harry Potter, eu adorava ele, mas desde a época do seu lançamento cada dia piora, J.K conseguiu criar uma história inocente, divertida e envolvente , com toques de valores familiares, coragem e superação, atualmente poucos são os aprendizados obtidos destes livros, além de levar meninas e meninos a acreditarem que tudo vai dar certo, que o príncipe encantado vai aparecer ou que você pode simplesmente se apaixonar por um Zumbi.
Claro que existem novos autores excelentes, como John Green que com sua história de superação nos deu bons momentos de emoção, Carlos Ruiz Zafón, Sarah Dessen, Cornélia Funke, Joe Hill e muitos outros, autores que escrevem seus livros para entretenimento mas te dão algo o que tirar.
Também não estou dizendo que outros não prestam, não sou nem uma velha contra literatura jovem para diversão, eu li e aproveitei os Sparks, Dan Brown, Collins, mas não acho que você deva se fechar somente para esse tipo de leitura. Tenho muitas amigas hoje lendo livros que estão em evidência e me dizem que amam ler, legal elas amam ler, ou será que elas dizem isso para estarem incluídas no universo adolescente .Toda essa onda de modinhas criam leitores que não sabem reconhecer o que está diante dos próprios olhos, esquecendo do principal objetivo da leitura, expandir o vocabulário, criar sua opinião própria, interpretar as entrelinhas.
Por isso digo, continue lendo Dessen, Green, Collins mas não se esqueça de Verne, Allan Poe, Saramago e até mesmo o velho Bukowski. Você descobrirá o quão prazeroso é, se encontrar em um trem em torno do mundo com Passepartout, temer o gato preto, ser jovem para sempre e ter raiva de uma mulherzinha muita da fresca ( né, dona Bovary?!!).
Fico feliz por ver Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Carlos Drummond tão evidentes agora nas redes sociais, mas será que essas pessoas conhecem sua obra, entendem seu recado? Isso é por conta de cada um.
Entre Vampiros e Lobisomens, Bruxas e Princesas, eu e meu amigo Jean Valjean preferimos desaparatar daqui direto para Pasárgada.
BEIJOS!!! AMY XO
Gostaria de deixar claro novamente que não estou criticando ou diminuindo os livros atuais, nem as pessoas que os lêem, e sim ressaltando a importância de conhecer a raiz de tudo isso e vez outra, ler alguma coisa diferente do que se está habituado, melhorando assim seu conhecimento, discernimento e mesmo sendo chato um dia isso pode lhe ser útil.
Sarah Dessen nasceu em 6 de Junho de 1970, filha de Alan C. Dessen e sua esposa, um professor da Universidade da Norte Carolina. Sarah saiu da faculdade de Greensboro e depois tomou algumas aulas na universidade de Norte Carolina, onde os seus pais trabalharam.
