Hoje vamos voltar a falar um pouquinho sobre literatura. Estamos de férias mas não precisa abandonar tudo, afinal de contas. Vamos conhecer o neoclassicismo ou arcadismo que surgiu na Europa no século XVIII. O nome arcadismo é uma referência a uma região campestre de Peloponeso ( o lugar mais legal da grécia antiga em história por sinal :D ), a Arcàdia.
O arcadismo exaltava a natureza e tudo que a compõe, outra característica é a métrica perfeita tanto na estrutura como nas rimas. É muito comum poetas arcadistas utilizarem pseudonimos de pastores
Durante o século XVIII toda a Europa passava pela influência dos pensamentos iluiministas da burguesia, gerando muitas mudanças na parte cultural Europeia. A valorização da ciência e do racionalismo, críticas a religião e a confiança no homem para promover mudanças sociais, são algumas mudanças deste período. Durante a segunda metade do século começa a Revolução industrial na Inglaterra.
Os Italianos, procurando imitar a lenda grega, por inspiração de Giovan Maria Crescimbeni de Macerata criaram a " Arcádia". Um grupo de escritores a favor dos ideais Neoclássicos, se vestiam como pastores e usavam tais nomes. Fez surgir no teatro o Melodrama com a obra "Metastásio" e um novo tipo de tragédia com " Mérope".
No Brasil estamos passando pela decadência do ciclo da mineração e da transferência da capital para o Rio de Janeiro. Em Vila Rica fundou-se a " Arcádia Ultramarina" e a publicação de Cláudio Manuel da Costa, constitui-se, então, a primeira geração literária brasileira.
No Brasil, vive-se o momento histórico da decadência do ciclo da mineração e da transferência do centro político do Nordeste (Salvador, na Bahia) para o Rio de Janeiro.
As ideias iluministas vieram ao encontro dos sentimentos e anseios nativistas, com maior repercussão em Vila Rica, centro econômico mais importante à época, em função da mineração. A figura do “bom selvagem” de Rousseau dará origem, na colônia, ao chamado Nativismo. O acontecimento político mais importante será a Inconfidência Mineira, tentativa mal-sucedida de libertar a província das Minas Gerais do domínio colonial português. A politização do movimento apresentou-se através dos poetas árcades brasileiros, participantes da Conjuração.
A chamada "Escola Setecentista" desenvolve-se até 1808 com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, que com suas medidas político-administrativas, permitiu a introdução do pensamento pré-romântico no Brasil.
Entre as características do movimento no Brasil, destacam-se a introdução de paisagens tropicais, como em Caramuru, valorização da história colonial, o início do nacionalismo e da luta pela independência e a colocação da colônia como centro das atenções.
O arcadismo é uma forma de literatura mais simples, opondo-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco, expresso pela expressão latina "inutilia truncat" ("cortar o inútil"). Os temas também são simples e comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. As situações mais freqüentes apresentam um pastor abandonado pela amada, triste e queixoso. É a "aurea mediocritas" ("mediocridade áurea"), que simboliza a valorização das coisas cotidianas, focalizadas pela razão.
Os autores retornam aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e aos renascentistas, razão pela qual o movimento é também conhecido como neoclássico. Os seus autores acreditavam que a Arte era uma cópia da natureza, refletida através da tradição clássica. Por isso a presença da mitologia pagã, além do recurso a frases latinas.
Inspirados na frase do escritor latino Horácio "fugere urbem" ("fugir da cidade"), e imbuídos da teoria do "bom selvagem" de Jean-Jacques Rousseau, os autores árcades voltam-se para a natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril, do "locus amoenus", do refúgio ameno em oposição aos centros urbanos dominados pelo Antigo Regime, pelo absolutismo monárquico.
Cumpre salientar que essa busca configurava apenas um estado de espírito, uma posição política e ideológica, uma vez que esses autores viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, ali mantinham os seus interesses econômicos. Por isso justifica falar-se em "fingimento poético" no arcadismo fato que transparece no uso dos pseudônimos pastoris.
Além disso, diante da efemeridade da vida, defendem o "carpe diem", pelo qual o pastor, ciente da brevidade do tempo, convida a sua pastora a gozar o momento presente.
Quanto à forma, usavam muitas vezes sonetos com versos decassílabos, rima optativa e a tradição da poesia épica.
Outras características importantes são:
- valorização da vida no campo (bucolismo)
- crítica a vida nos centros urbanos
- objetividade
- idealização da mulher amada
- inutilia truncat (cortar o inútil)
- locus amoenus (lugar ameno)
- convencionalismo amoroso
- aurea mediocritas (mediocridade áurea ou ouro medíocre)
- linguagem simples
- uso de pseudônimos com frequência
- pastoralismo
Autores brasileiros
- Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema épico Caramuru
- Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) Obras Poéticas e Villa Rica
- Basílio da Gama (1741-1795), autor do poema épico O Uraguai
- Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Marília de Dirceu e Cartas Chilenas
- Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793)
- Silva Alvarenga (1749-1814),
- Bocage (1765-1805)
Espero que vocês tenham gostado gente.
BEIJOS!!
AMY XO
AMY XO
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