Resenha- Marina - Carlos Ruiz Zafón

Oi gente , como vão vocês?

A resenha de hoje é sobre o livro Marina. Ando escutando a muito tempo que os livros de Zafón são incríveis e apesar de ter lido um trecho de " A sombra do vento " na biblioteca aqui perto de casa, nunca tinha parado para ler a sério. Então nesse mês de Dezembro meu pai me deu um saldo a mais para comprar livros , procurando um na minha lista para completar o valor , escolhi Marina.
 Como sempre os livros que eu mais me empolgo eu me decepciona e vice - versa , Marina era só uma opção , não tava querendo tanto ler ele , porém até agora foi uma das melhores compras do mês.

 Marina se passa em 1980 , em uma Barcelona sombria e linda.

Neste livro, Zafón constrói um suspense envolvente em que Barcelona é a cidade-personagem, por onde o estudante de internato Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre, andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões aparentemente abandonados que chama a atenção de Oscar, que logo se aventura a entrar na casa. Lá dentro, o jovem se encanta com o som de uma belíssima voz e por um relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas ele se assusta com uma inesperada presença na sala de estar e foge, assustado, levando o relógio. Dias depois, ao retornar à casa para devolver o objeto roubado, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que o leva a um cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora. Os dois passam então a tentar desvendar o mistério que ronda a mulher do cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo - uma mariposa negra - diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona. Tudo isso pelos olhos de Oscar, o menino solitário que se apaixona por Marina e tudo o que a envolve, passando a conviver dia e noite com a falta de eletricidade do casarão, o amigável e doente pai da garota, Germán, o gato Kafka, e a coleção de pinturas espectrais da sala de retratos. Em Marina, o leitor é tragado para dentro de uma investigação cheia de mistérios, conhecendo, a cada capítulo, novas pistas e personagens de uma intrincada história sobre um imigrante de Praga que fez fama e fortuna em Barcelona e teve com sua bela esposa um fim trágico. Ou pelo menos é o que todos imaginam que tenha acontecido, a não ser por Oscar e Marina, que vão correr em busca da verdade - antes de saber que é ela que vai ao encontro deles, como declara um dos complexos personagens do livro. 
Título original : Marina                                
Editora: Suma de Letras                                Isbn.: 9788581050164
1º edição: 2011                                              Páginas :192
Autor: Carlos Ruiz Zafón                                Tradutor: Eliana Aguia.

Marina começa com Òscar Drai, um jovem recatado que vive em um internato mas que adora aventuras. Toda a tarde Óscar sai para explorar as ruas de Barcelona e os arredores do internato. É em uma dessas saídas que ele encontra uma mansão, lá ele vê um gato ( Kafka) comendo um pássaro que fica o encarando , Oscar segue o gato e ao chegar dentro da casa escutou uma voz encantadora e foi atraído por ela e uma dama de negro vai atrás dele , Oscar sai correndo apavorado. No outro dia Oscar retorna com seu amigo só que não tem coragem de se aproximar, porém a coragem fica o corroendo e volta , chegando a casa ele vê Marina de bicicleta no "quintal" da casa , Marina é super simpática e chama o rapaz para dentro. Começa assim uma das amizades mais bonitas que eu li.

" Marina me disse que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras. "Pg . 7

" Na época não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim [ ... ] Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma. Este é o meu . " Pg. 8

Com o tempo Marina e Oscar se tornam super amigos , o pai de Marína ( Germán ) gosta muito do menino, está tudo bem . Um dia Marina pergunta se Oscar gosta de aventuras e leva ele até um cemitério,  chegando lá eles vêem a Dama de negro e seguem a moça, nesse momento Oscar e Marina entram na maior enrascada da vida deles. Ao entrar onde a mulher havia entrado Oscar começou a mexer em gavetas e encontrou fotos de "humanos" com deficiências com coluna de graveto, rostos deformados coisas bem estranhas, começa então a aparecer bonecos de madeira assassinos e atacar eles, Marina e Oscar vão embora do cemitério apavorados.
 Esses tais bonecos começam a perseguir Oscar aonde quer que ele esteja. Quando Marina faz uma viagem para cuidar de seu pai, Oscar recebe um bilhete da dama de negro. Oscar se determina , então, a investigar toda a história por trás daqueles bonecos, sombras e um estranho Mijail Kolvenik.

" Descobri assim que Marina não ia á escola para não deixar o pai sozinho e poder cuidar dele. 
 - De nada adianta toda a geografia, trigonometria e aritmética do mundo se você não souber pensar por si mesmo - argumentava Marina - E nenhum colégio ensina isso. Não está no programa. " Pg. 49

" - Ás vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar - disse ela - A gente só se lembra do que nunca aconteceu. " Pg. 68

Marina não é só um romance ou uma lição de amizade , também é um ótimo conto de terror e suspense, a cada página eu olhava para janela para checar se não tinha uma dama de negro, sei lá vai que ...
 A sinopse de Marina não é nem um pouco justa com o livro, dá imprensão que só falava de uma amizade, mas tem um mistério incrível por trás de tudo.
O final é simplesmente surpreendente, lindo e triste.
Carlos Ruiz Zafón conseguiu criar um vilão que não nos dá raiva e sim compaixão, nos leva a compreender porque ele é tão mau e até ficar triste pelo fim dele e ao mesmo tempo com medo pelas vitimas. Um livro leve, gosto, que fluí , muito bom mesmo.

Com um dez de desfecho, enredo e evolução Marina merece 5 estrelinhas brilhantes em ouro e uma salva de aplausos para Zafón.

" - O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma - disse, apontando para si mesmo - Apodrece. O que desejam?
 - Queríamos saber se pode nos falar de Mijail Kolvenik.
- Posso, mas não vejo motivo - cortou o médico - Já se falou muito dele em sua época e apenas mentiras. Se as pessoas pensassem um quarto do que falam, o mundo seria um paraíso." Pg. 83

"Naquela noite, Mijail disse que a vida concede a cada um de nós apenas alguns raros momentos de pura felicidade. Ás vezes são apenas dias ou semanas. Ás vezes anos. Tudo depende da sorte de cada um. A lembrança desses momentos nos acompanha para sempre e se transforma num país de memória ao qual tentamos regressar pelo resto de nossas vidas, sem conseguir. Para mim, tais instantes estão enterrados para sempre naquela primeira noite, passeando pela cidade..."

O que achou de Marina, vai ler?
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Beijos !
 Tchau!
    Amy Xo