A obra de ... Émile Zola

Olá gente!!

O famoso escritor de Germinal, Émile Zola é nosso homenageado de hoje. Não conhece? Nunca ouviu falar? Vamos conhecer, por que você ouvirá falar.


Émile Zola nasceu em Paris em 2 de abril de 1840 e morreu em 29 de Setembro de 1902, é criador e escritor da escola naturalista e muito respeitado na França. Foi presumivelmente assassinado por desconhecidos em 1902, quatro anos depois de ter publicado o famoso artigo J'accuse, em que acusa os responsáveis pelo processo fraudulento de que Alfred Dreyfus foi vítima.


 Filho do engenheiro italiano François Zola (originalmente Francesco Zola) e sua esposa Émilie Aubert, cresceu em Aix-en-Provence, onde estudou no Collège Bourbon (atualmente conhecido como Collège Mignet) e, aos dezoito anos, retorna a Paris para estudar no Lycée Saint-Louis. Após a morte de seu pai Zola é levado a trabalhar em uma série de escritórios, então ele começa a trabalhar no ramo jornalistico escrevendo colunas para os jornais Cartier de Villemessant's e Controversial. Suas colunas não poupavam críticas severas a Napoleão III - (…) meu trabalho torna-se a imagem de um reinado partido, de um estranho período de loucura e vergonha humanas - e à Igreja - A civilização jamais alcançará a perfeição até que a última pedra da última igreja caia sobre o último padre.
A obra de caráter autobiográfico La Confession de Claude (1865), um dos primeiros trabalhos publicados por Zola, atraiu atenção negativa da crítica especializada. O ainda mais criticado Thérèse Raquin, romance lançado no ano seguinte, apresentou uma abordagem inovadora em sua concepção: inspirado pelos estudos científicos da época, Zola propõe não um simples romance, mas uma análise científica detalhada do ser humano, da moral e da sociedade. Thérèse Raquin tornou-se o marco inicial do naturalismo.
Em vida, Zola também demonstrou elevado engajamento político. Certamente, seu trabalho de maior influência política foi a carta aberta intitulada J'acccuse (Eu Acuso), destinada ao então presidente da França Félix Faure. A carta, publicada na primeira página do jornal parisiense L'Auroreem, 13 de janeiro de 1898, acusou o governo francês de antissemitismo por julgar e condenar precipitadamente o capitão Alfred Dreyfus, judeu e oficial do exército francês, por traição em 1894.
Émile Zola faleceu em 29 de setembro de 1902 em sua casa em Paris devido à inalação de uma quantidade letal de monóxido de carbono proveniente de uma lareira defeituosa; alguns estudiosos, em razão das misteriosas circunstâncias do ocorrido, não descartam a hipótese de homicídio.

Émile Zola foi o idealizador e um dos principais escritores naturalista, Thérèse Raquin, seu primeiro romance com larga repercussão, apresenta inúmeras inovações que permitem classificá-lo como primeira obra naturalista. Pela primeira vez, Zola combina algumas das teorias mais polêmicas de sua época, tais como darwinismo, evolucionismo e determinismo científico, compondo o primeiro romance de tese já escrito ("um grande estudo fisiológico e psicológico", segundo ele próprio).
Inspirado pela colossal obra A Comédia Humana (constituída por 89 romances, novelas e contos) de Honoré de Balzac, um dos mestres da literatura francesa, Zola iniciou, em 1871, seu grande projeto: a série Os Rougon-Macquart (Les Rougon-Macquart) à qual deu o subtítulo de história natural e social de uma família sob o segundo império, composta por 20 romances de cunho naturalista, escritas entre 1871 e 1893. No prefácio de A Fortuna dos Rougon(La Fortune des Rougon, 1871), primeiro volume da saga dos Rougon-Macquart, Zola justifica:
Eu desejo explicar como uma família [os Rougon-Macquart], um grupo reduzido de seres humanos, conduz a si mesma dentro de um determinado sistema social (…) dando origem a dez ou vinte membros, que, embora possam parecer, à primeira vista, profundamente divergentes uns dos outros, são, como a análise demonstra, mais intimamente ligados por meio da afinidade. Hereditariedade, como a gravidade, tem suas leis.
Entre os principais romances de Os Rougon-Macquart estão: O Ventre de Paris (Le Ventre de Paris, 1873), A Terra (La Terre, 1887), Nana (1880) e Germinal (1885).
Em sua obra (especialmente em Rougon-Macquart), Zola tentou empregar o método científico vigente em seu tempo, apresentando a influência da hereditariedade e do meio na formação da personalidade individual (determinismo científico). Tal rigor científico aliado a sua habilidade de criar textos documentais, confere veracidade a seus romances.
Zola escreveu uma segunda série intitulada As três cidades, sobre problemas religiosos e sociais. Atraído pelas teorias socialistas e depois evoluindo para uma visão messiânica do destino humano, escreveu uma terceira série, Os quatro evangelhos, que ficou incompleta, com a sua morte.
Apesar da qualidade literária de seus escritos e de sua obstinação, nunca integrou a Academia Francesa de Letras. Sua candidatura foi apresentada 24 vezes.
  • Poesia
    • Messidor (1898)
    • L'ouragan (1901)
  • Romances e Novelas
    • Contes à Ninon (1864)
    • La confession de Claude (1865)
    • Madeleine Férat (1868)
    • Le vœu d'une morte(1866)
    • Les mystères de Marseille (1867)
    • Thérèse Raquin (1867)
    • Nouveaux contes à Ninon (1874)
    • Les soirées de Médan (1880),
    • Madame Sourdis (1880)
    • Le capitaine Burle (1882)
    • Naïs Micoulin (1884)
    • saga dos Rougon-Macquart
      • A fortuna dos Rougon - La fortune des Rougon(1870)
      • O regabofe - La Curée (1871)
      • O ventre de Paris - Le ventre de Paris (1873)
      • A conquista de Plassans - La conquête de Plassans (1874)
      • O crime do padre Mouret - La faute de l'abbé Mouret (1875)
      • O senhor ministro - Son excellence Eugène Rougon (1876)
      • A taberna - L'assommoir (1876)
      • Uma página de amor - Une page d'amour (1878)
      • Nana (1879)
      • A roupa suja - Pot-Bouille (1882)
      • O paraíso das damas - Au bonheur des dames (1883)
      • A alegria de viver - La joie de vivre (1884)
      • Germinal (1885)
      • A obra - L'ouvre (1886)
      • A Terra - La Terre (1887)
      • O sonho - Le rêve (1888)
      • A besta humana - La bête humaine (1890)
      • O dinheiro - L'argent (1891)
      • A derrocada - La débâcle (1892)
      • O doutor Pascal - Le docteur Pascal (1893)
  • A série das Três cidades
    • Lourdes (1894)
    • Rome (1896)
    • Paris (1898)
  • A série dos Quatro Evangelhos
    • Fécondité (1899)
    • Travail (1901)
    • Vérité - publicado após a morte de Zola
  • Peças de teatro
    • Thérèse Raquin (1873)
    • Les héritiers Rabourdin (1874)
    • Le bouton de rose (1878)
    • Poèmes lyriques
  • Obras críticas
    • Mes haines (1866)
    • Le roman expérimental (1880)
    • Une campagne (1880-1881) (1882)
    • Nos auteurs dramatiques (1881)
    • Les romanciers naturalistes (1881)
    • Le naturalisme au théâtre (1881)
    • Documents littéraires (1881)
    • Nouvelle campagne (1896)
    • La vérité en marche (1901)

;Obras mais famosas!

Germinal



Considerada a obra máxima de Émile Zola,  elevou a estética e a descrição naturalistas a um novo patamar de realismo e crueza. O romance é minucioso ao descrever as condições de vida subumanas de uma comunidade de trabalhadores de uma mina de carvão na França. Após ter contato com idéias socialistas que circulavam pela classe operária européia, os mineradores retratados na obra revoltam-se contra a opressão e organizam uma greve geral, exigindo condições de vida e trabalho mais favoráveis. A manifestação é reprimida e neutralizada, entretanto permanece viva a esperança de luta e conquista.
Para compor Germinal, o autor passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.

J'accuse ( Eu acuso)

Em 1898, Zola tomou parte no aceso debate público relativo ao caso Dreyfus, publicando artigos em jornais e revistas onde tornou claro aquilo que mais tarde se viria a provar definitivamente: a inocência de Dreyfus. O seu famoso artigo J'accuse (Acuso), com o subtítulo Carta a Félix Faure, Presidente da República, publicado no jornal literário L'Aurore, era tão incisivo que levou à revisão do processo, dando uma nova dinâmica ao processo que terminaria anos depois do assassinato de Zola, com a reabilitação do oficial Alfred Dreyfus em 1906, injustamente acusado de traição.
Após a publicação de J'accuse, Zola foi processado por difamação e condenado a um ano de prisão. Ao saber da condenação, Zola partiu para o exílio na Inglaterra. Após o seu regresso, quando já não corria o risco de ser preso dada a evolução positiva do processo, publicou, no "La Vérité en marche", vários artigos sobre o caso.
Zola também tentou difamar as aparições da Virgem Maria em Lourdes. Mas chegando a Lourdes em 1892, assistiu a duas curas instantâneas, que relatará em sua novela, intitulada Lourdes, sustentando, contudo, que as duas pessoas que experimentaram o milagre morreram pouco depois e que, portanto, a suposta cura teria sido breve e sobretudo ilusória. Porém, uma das duas mulheres curadas não se rendeu e continuou protestando nos jornais, dizendo que estava tão viva e saudável como o autor.
A 29 de Setembro de 1902, morreu misteriosamente em seu apartamento da rue de Bruxelles. A causa da morte: inalação de uma quantidade letal demonóxido de carbono proveniente de uma chaminé defeituosa. Muitos estudiosos não descartam a possibilidade de Zola ter sido assassinado por inimigos políticos, entretanto, nada foi provado.




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